
Guerra e Paz
O bombardeio é diário, quase ininterrupto. Não, não estamos falando de nenhuma guerra no Oriente Médio, tampouco disputa territorial qualquer, a batalha aqui é outra. O que está em jogo não é o petróleo ou jazidas de diamantes e sim nada menos que pessoas, suas mentes e força de trabalho. Do outro lado estão as grande transnacionais e conglomerados empresariais do mundo desenvolvido em uma busca infinita por novos mercados e ampliação dos lucros.
Nesta empreitada global vale tudo. Vale criar conflitos para aquecer o mercado bélico, vale destruir para ajudar as empresas de infra-estruturas, vale tráfico humano – quem pensa que a escravidão acabou está enganado, apenas tomou novas formas e tem se esforçado para camuflar os bilhões de dólares que movimenta. Vale também usar a arte para vender produtos, para alienaras pessoas; são utilizadas todas as armas, tanto tecnológicas quando psicológicas.
No meio deste tiroteio sabe-se que boa parte desta munição é ideológica, e encontra nos meio e encontra nos meios de comunicação em massa o seu principal instrumento. Como o cinema que cria heróis e vilões de acordo com as potências capitalistas. Mente, ilude! Não é por acaso que a maior industria cinematográfica do planeta pertence ao maior império de nossos dias.
Ditando comportamentos, criando modas, manipulando, pregando o individualismo os marechais do entretenimento promovem a mesquinhez e implantam a sórdida lógica da competição, quando deveríamos ter cooperação. Uma outra arma importante e utilizada em larga escala e a religião, que tem um poder fogo muito grande; por mais que tenha havido a quebra do monopólio da Igreja Romana ela ainda continua certeira em alvejar o povo com seus dogmas e transformar o sofrimento deste mundo em glória no outro, a guerra daqui na paz de lá. No entanto esta não é uma campanha vencida e cada dia surgem novos focos de resistência e novas formas de preservar nossa cultura e identidade, de respeito a pluralidade e sobretudo de sonhar.

Aprecie com moderação
Ele está cada vez mais presente, já deixou de ser artigo de luxo e hoje figura em distintos estabelecimentos desde supermercados até padarias. Tudo está conectado: bancos , universidades, governos, pessoas; uma infinidade de serviços “on line” agilizam os negócios e auxiliam na tomada de decisão. Um investidor, por exemplo, pode controlar suas aplicações nas bolsas de Tóquio e Frankfurt diretamente de seu laptop numa ilha caribenha.
Ao passo que os avanços que os avanços tecnológicos vão transformando a vida das pessoas, dando rapidez às comunicações, também cria novos problemas como a exclusão digital, crimes cibernéticos e ao mesmo tempo que aproxima pessoas as afasta, assim como facilita a pesquisa escolar de um estudante o prejudica por entregar-lhe pronto (a conhecida prática do “Copiar e Colar”).
Problemas esses que têm origem nas desigualdades sociais, no consumismo e na falta de propósito de nossa sociedade. Se considerarmos que as tecnologias da informação são fundamentais para a vida das pessoas, que ajudam na educação, na pesquisa, tarefas cotidianas, divulgação e troca de informação então temos uma grande batalha pela frente: democratizar o acesso à multidão de excluídos digitalmente. Por outro lado tem que se ter propostas e cuidados – assim como a cerveja, há de se apreciar com moderação, a arte pela arte não cumpre papel algum. Pois muitas pessoas perdem-se nos sítios de relacionamentos, programas de mensagens instantâneas e nas febres da moda virtual como “fotologs” e “blogs”, deixando de lado o convívio presencial, o olho no olho, o cara à cara, abraço forte, por horas e horas na frente do microcomputador.
Tais mecanismos tecnológicos podem ser muito úteis na divulgação de idéias, de trabalhos científicos e artísticos por ser mais acessível que a grande mídia, porém tomando-se cuidado com a alienação. Tem de ser usada de forma colaborativa e servir como arma para combater as desigualdades, expandir a ciência, a cultura e a arte e não aprisionar as pessoas.
Saudações