Pesquisar este blog
domingo, maio 04, 2008
sábado, maio 03, 2008
Alguém me disse que conforme o centro do sistema fica mais reacionário a periferia tende a ficar mais revolucionária. No caso da América Latina isso pode ser notado com facilidade, alguns vão dizer que de esquerda o governo brasileiro não tem nada, não quero entrar nestes méritos, pois uns também afirmam que o Chávez é de direita e está servindo ao império, ou seja, pode varia muito conforme o gosto pessoal. Então vamos utilizar os padrões estabelecidos pela ótica da grande mídia, que outros, como Olavo de Carvalho, vão dizer que é comunista!
Em graus diferentes, e modos diferentes de se relacionar com o mundo e com sociedade interna: Brasil, Venezuela, Argentina, Uruguai, posteriormente Bolívia, Equador e agora o Paraguai. O caso do Chile, eu não sei ao certo o recorte temporal, mas ao que me parece é um centro-esquerda, seja lá o que isso quer dizer, que conversa com o mercosul, luta contra a caça predatória as baleias feita pelo Japão e negocia com os EUA. O Peru, tem lá um governo identificado com os EUA, a Colômbia é braço militar do pentágono aqui. É claro que não é estático o quadro, os processos políticos vão andando, concatenando, o império tentando sabotar, melar, dividir. Vide golpe político na Venezuela, a morte do dirigente das Farc, o plebiscito na Bolivia.
Os Estados Unidos, estão na defensiva fazem o jogo deles, mas se vacilar eles passam a perna mesmo, sem dó nem piedade. Mas a realidade é que foi investido muito no Oriente Médio, e pode não ter sobrado tempo, ou fôlego para a AL. Por isso que virou o que virou.
A concorrência também vem se acirrando, o Euro tem cada dia mais valor, os EUA tem cada dia mais inimigos, ou os seus inimigos tornam-se mais poderosos. Seus amigos na maioria das vezes são subjulgados e por isso guardam grandes ressentimentos. A União Européia é concorrente direto, a China é concorrente direto, fazem o jogo diplomático mas querem ver os americanos mesmo é pelas costas. Ao que parece os EUA chegaram ao um ponto cruncial de seu desenvolvimento, e o quadro é cada vez mais adverso, tanto no plano político como no econômico.
O que quero dizer é que o perfil da AL pode guardar profundas relações com o perfil do governo americano, sua realidade interna e sua política exterior. No entanto, falta pouco para a eleição presidencial e a mudança no quadro político, no pefil diplomático e no tipo de ofensiva imperialista. Tal pefil novo, pode não ser tão belicista, guerreiro e genocida, mas não significa que serão menos agressivos, pois o podem fazer de uma outra forma, mais velada. O que leva a todos a pensar que o império está menos reacionário, seguindo nesta linha eu pergunto, quais serão as atitudes e o comportamento da periferia diante desta nova realidade.
O que me passa a cabeça são duas coisas:
1) pode ser o acentuamento de uma perda da liderança mundial, a concretização do mundo multi-polar, com a evidência do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), sob a liderança da China
2) uma nova estratégia, uma nova política, para impedir a perda da hegemonia mundial.
São muitos os motivos que catam a queda do Império, mas só o tempo dirá quais foram realmente o que foram decisivos. No que tange a AL é preciso um esforço sobremaneira para manter as posições atuais, integrar e dinamizar a região. Não só no plano econômico, mas também cultural, de mais identidade entre os vizinhos. Fortalecendo assis os elos da região, pois a as investidas estão aí para quem quiser ver, e eles virão de várias formas e com estratégias diferentes e ousadas.
Ps: Esqueci de do caso do México, é claro que não vou saber todos os casos, mas o caso mexicano é emblemático, pois está nas barbas do império e é claro que seria muito perigoso se um governo nacionalista se estabelecesse ali.
Saudações
sábado, março 22, 2008
Questões atuais
Os recentes fatos geopolíticos de grande repercussão não escondem suas origens. É claro que eles estão diretamente ligados os interesses do Departamento de Estado norte-americano, ou alguém duvida disso? No caso do Tibete, o teto do mundo, que além de posição estratégica no tabuleiro, também é uma importante região hidrológica, onde formam-se os principais rios do sudeste asiático. Isso tudo ocorre num palco onde a China ganha cada vez mais importância econômica e prestigio mundial. É claro que depois de terem concentrado todas as suas energias no Afeganistão e Iraque, duas frentes de guerra ao mesmo tempo, e baixado a poeira, as ações do Império voltam a ganhar relevância e cada vez mais incisivas. A revolta no Tibete, tem vários sentidos, o primeiro as Olimpíadas de Pequim que se aproximam, uma outra faceta que explica é velha política romana de dividir para governar, uma tática tão velha mas com resultado certo. Dentro dessa questão unidade/divisão, pode-se alocar também as eleições em Taiwan, onde venceu o candidato que quer uma aproximação com China. A inter-relação dos fatos é impressionante, e interessante ver como um fato liga a outro.
Faz um tempo que a China vem transferindo os capitais acumulados na área litorânea, cujo desenvolvimento econômico é notável, para a área menos desenvolvida do país, o Oeste, a conquista do Oeste, não é novidade para ninguém que guarda relações com o desenvolvimento dos Estados Unidos, sua integração territorial e sua afirmação como potência. Visando esta integração territorial é possível verificar a construção de inúmeras ferrovias, inclusive uma ligando o Tibete, no esforço de desenvolver as outras regiões do país.
Essa máquina Chinesa que está sendo montada, se bem articulada e dinamizada, donde emergirá o maior proletariado do mundo sob a direção central de um Partido Comunista, causa medo e incerteza a qualquer falcão neocon da Casa Branca e mesmo do Pentágono.
Associado a estes fatos marcantes também podemos verificar ações aqui bem perto, na América do Sul, depois de um período em que ascenderam ao poder forças mais democráticas, populares e nacionais na região devido, sobretudo as crises econômicas da década de 1990 e o fracasso do neoliberalismo, as pegadas estadunidenses podem ser notadas com mais nitidez do que outrora. Tais pegadas denunciam o modus operandi do Império, "dividir para governar"!!! Uma integração latino americana, política, econômica e energética, juntamente com uma política externa mais soberana e que agisse em bloco de acordo com os interesses regionais seria extremamente nocivo a manutenção da posição de potência hegemônica mundial. A atuação política na região, apesar dos revezes eleitorais e do fracasso na tentativa de golpe na Venezuela tem uma participação ativa com propostas de sedução por meio de Tratados de Livre Comércio (TLC), no caso Chile e até mesmo no seio do Mercosul - as tentativas foram com Uruguai e Paraguai. Fora isso apenas, a regra foi fortalecer o aliado de primeira hora, a Colômbia, investir pesado no Plano, que é vendido como um plano de combate ao narcotráfico e ao terrorismo das Farc, mas que de inocente não tem nada e revela além desses objetivos outros tantos objetivos ocultos. Primeiramente pois se quiserem combater o narcotráfico eles teriam que pensar em derrubar o presidente Álvaro Uribe que tem estreita ligação com estes. Segundo, Equador e Venezuela são grandes produtores de petróleo objeto de cobiça dos EUA no mundo. Terceiro, a região amazônica faz parte do interesses americanos há muito tempo, ora mais explícitos, ora menos.
segunda-feira, fevereiro 18, 2008

A notícia é velha, mas já tem algum tempo que entrou no ar a nova campanha publicitária da Companhia Vale do Rio Doce, que agora passa a ser denominada apenas Vale. Na prática muita gente já a chamava assim, no entanto trata-se de uma mudança institucional enlaçado com uma nova estratégia de marketing que procura reposicionar a marca, juntamente com um novo desenho para o símbolo da empresa com as cores verde e amarelo; tais mundanças trazem consigo a tentativa de a empresa identificar a marca com o país e apagar a idéia de ex-estatal.
A idéia é simples: que privatização da CVRD, aliás, a entrega da estatal seja aos poucos esquecida, empresa que hoje vale mais de 160 bi de reais, e que foi vendida por míseros 3,3 bi de reais!!! Alguns afirmam que na época do leilão seu valor já era algo em torno de 100 bilhões. Que fazer?
quarta-feira, janeiro 23, 2008

Caos instaurado no mercado financeiro?
É o que diz o noticiário e os números das bolsas do mundo todo, o que nós, simples mortais sentimos é pode dar bosta. Questões como "será este o momento em que Jesus volta?", "é o começo do fim?" ou "seriam os deuses astronautas?" vêm à tona numa situação de queda generalizada das bolsas do mundo todo. Tento aqui me lembrar das aulas de economia e procuro o papel onde estavam os gráficos dos ciclos de Juglar e Kondratieff para ver se tem alguma relação.
Mas hoje mesmo o Fed, atentes que fedesse mesmo e chegasse o apocalipse econômico, anunciou um corte generoso nos juros de 0,75%. Seja lá o que isso represente, a impressão que fica é que, dado o momento prolongado de crescimento da economia mundial, a calmaria, parecia natural que uma hora poderia cagar bosta, é preciso salientar também que toda esta esperança de que uma hora a vaca iria pro brejo talvez contribuíra sobremaneira para o pânico geral dos mercados. E quem me diz que isso também não é de certa forma alimentado... O capitalismo, não é mais o mesmo da crise de 29, e têm os seus mecanismos de controle, apesar de tudo parecer tão livre, a mão invisível as vezes é a dos órgãos governamentais que servem de suporte para estabelecer as regras do jogo. E mais, o Tio San é um grande conhecedor das leis econômicas e é difícil pensar que este vai ficar apático vendo seu modo de vida e seus negócios escorrerem pelo ralo, sem tomar providências, de modo que tal pânico também pode servir para uma reacomodação dos mercados, certo ajuste para corrigir incongruências. Incongruências oriundas das contradições da finaiceirização da economia global.
Todavia há de se ressaltar que as bolsas em queda livre jogam o preço das ações contra o solo, e não é preciso ser expert em mercado financeiro para saber que pode ser um bom momento para se comprar tais ações e/ou ampliar a carteira com aquelas que outrora estava inacessíveis. Tendo se em mente que o capitalismo não é mais o capitalismo 29, e que essa crise mais cedo ou mais tarde irá passar.
sexta-feira, janeiro 18, 2008

É, parece brincadeira, pegadinha do malandro, mas a realidade é que o Juiz de uma tal Vara de Minas Gerais proibiu a alegria da moçada, proibiu a comercialização dos jogos Counter Strike e EverQuest. Provavelmente este juiz não teve infância, muito menos juventude. É claro que jogar muito game pode te deixar um pouco retardado, prejudicar nos estudos, perder horas da sua vida numa besteira. Eu mesmo já passei horas na frente do computador montando cidades num certo jogo. O melhor era a opção que o jogador assume algumas funções de Deus, pode mandar raios, tornados, meteoros, destruir tudo, como prefeito você também pode foder a vida de seus munícipes. Se esse juiz visse este jogo então, não vou mencionar o nome pois vai que o tal juiz que gosta tirar doce da boca de criança lê meu blog!
Por outro lado, a proibição da comercialização do jogo pode ter um resultado positivo, sim pois ele pode ser distribuído de graça!!! Mas quem me diz que esta proibição não vai chamar mais a atenção para o tal game???
Por fim, o tal juiz afirma que o jogo estimula a subversão da ordem social e atenta contra o estado democrático de direito e a segurança pública... Acho que o Mst deveria mudar o seu foco, e transformar-se numa empresa de jogos para computador. Eu acho bom alguém avisar este doutor aí o que é que estimula a subversão social!!!
Saudações
terça-feira, janeiro 15, 2008
sexta-feira, janeiro 11, 2008
A tevê estava falando sozinha em casa hoje, logo após o almoço. Aquele jornalismo mundo-cão da Record, com aquele cara que grita pra câmera e que chega a irritar os ouvidos...Passando por ali parei e me interessei pelo que estava sendo noticiado: Manifestação dos Motoboys. Devido as novas regras de segurança para esses trabalhadores, parte da categoria decidiu se manifestar contrário as novas regras, que mexem diretamente no bolso dos mesmos. Para ser breve, não vou tocar na cobertura péssima da Record, nem nas novas regras impostas a tais trabalhadores, mas gostaria de abordar a velocidade com que essas motos andam pela cidade, uma velocidade que São Paulo lhes pede e exige, mas que eles é que pagam por ela com a aumento do seguro obrigatório, entre outros, e muitas vezes pagam com a própria vida. Esses trabalhadores, cachorro-louco do asfalto, o que eu noto, particularmente, são sempre jovens que não conseguiram uma profissão, não terminaram os estudos, ou arranjaram um filho e tais fatores o levaram a vida dos corredores por entre os carros no trânsito caótico da metrópole paulista.
Nesse caso prevalece o velho ditado de que a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco, ou seja, os motoboys. Uma profissão de altíssimo risco de vida, mal regulamentada, mal remunerada e de certa forma uma categoria nova, que impressiona pela sua solidariedade e união de seus pares, mesmo com precária organização sindical. O que ficou claro episódio, que me chamou a atenção fora a forma de manifestação, tradicionalmente como outros movimentos sociais, o alvo foi vias de grande fluxo de carros. Num ponto estratégico da Marginal Pinheiros eles se aglomeraram reduziram a velocidade de todo o fluxo, enfim pararam e estacionaram as motos por mais de dez minutos, causando um grande congestionamento que foi sentido na Marginal Tietê. O local era tão estratégico que polícia só teve uma alternativa para chegar até os manifestantes: ir pela contra-mão, ao aproximarem os PMs, os motoboys levantam vôo e liberaram o trânsito, mas não por muito tempo, cerca de 500 metros após o local onde os carros da polícia militar estava eles pararam novamente, dando um belo olé nos homens fardados. E então começou uma disputa entre gato e rato pelo trânsito da capital paulista, a PM foi reforçada pelos soldados de motocicletas, pois de carro não tinha nem chance. Até o momento em que fiquei assistindo o espetáculo, com direito a helicóptero da Rede Record e o narrador que hora apoia os manifestantes, hora condena com veemência as atitudes do movimento, tudo em busca de prender o telespectador, tinha havido uma prisão e os motoboys haviam se dispersado parcialmente, mas que paravam em outros pontos ou reduziam a velocidade do trânsito.
quinta-feira, janeiro 10, 2008

Al otro lado del río
Pra quem quer também saber o outro
lado da moeda, indíco aqui um site
importante para se obter informações
sobre Cuba e a América Latina.
Trata-se do Granma Internaciona, órgão oficial do Partido Comunistas de Cuba que dá uma visão diferente da grande mídia nacional e internacional sobre a ilha rebelde e que possui uma versão em português.
Fica aqui então a dica. Até breve!
segunda-feira, janeiro 07, 2008
Martelando
Tem uma poesia que ronda meus pensamentos
uma poesia que nunca escrevi
ela vem, martela um bocado depois passa.
fico pensando em suas formas
suas curvas sinuosas
em suas contradições
e no quanto me intriga
Mas de volta a lucidez cotidiana,
percebo os que estão a minha volta (no busão)
que poesia será que paira em suas cabeças?
Romântica? Parnasiana?
Concreta?
Eis que uma se revela:
o Rap, num celular!
Parece até grito de protesto
em meio ao templo do consumismo,
em meio a outro templo
do culto ao corpo
no trânsito da avenida Industrial
Horário de pico
Qual será a poesia da academia?
"Tuntz... tuntz... tuntz..."
"Vai lá, 1, 2, 3...10!
De novo...!"
Penso num título, não me vêm
mas reparo no DVD do carro ao lado
a poesia dele me chama a atenção
dança e canta em inglês
poderia rimar com burguês?
Não!
Não é fundamental rimar hoje.
Chega o terminal, muitas saltam
outras descem
e qual a poesia que nos une?
Existe poesia para todos?
Sei não...
Espero que sim
Chegou meu ponto
desembarco da viagem
outra hora, outro dia ela volta
martela, me encuca,
uma hora boto no papel.
Rafael Dantas
03/07/07